Ouvir da pedra o seu silêncio. Contemplar. Aprender da pedra o quanto pedra somos. Porém: o quanto água pensamos, por imagens e palavras fluidas. Portanto, permitir sempre que se desfaça a estrutura rígida de nós mesmos.
as pedraS . . .
ABISMO
preciso de um lance
que me jogue
pra fora do alcance
de mim mesmo
uma estação fora do mapa
um trem fora do trilho
um espaço fora do tempo
um tempo fora de si
preciso de um lance
que desate o laço
de minha lucidez e
de todo santo-dia...
preciso dessa rigidez do delírio
contra a dureza das convenções
preciso
de flores plantadas no abismo
até que um rio corra por entre
esse vazio duro que nos cerca.
o abismo
.
.
.
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