as pedraS . . .

tem umas dores que são tão grandes que nem parecem ser dor.
devem ser dessas dores de só existir, apenas,
dessas dores que nos abatem quando
as coisas em volta param de nos dizer.
dessas dores que explodem no silêncio,
dentro, surdas...

e ninguém lá fora ouviu tudo dentro de nós desabar
,

ou talvez sejam dessas dores de não se pertencer mesmo
ao mundo em volta que é estrangeiro,
e ao mundo dentro que não mais reconhecemos

e perguntamos quem destruiu nossa casa de nós mesmos
quando as paredes deveriam ser indestrutíveis porque eram
paredes de sonhos e vento,
porque eram
sólidas assim tanto
como  as calçadas do sonho pelas cidades do sono...