as pedraS . . .

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sob a neblina é tudo real
tudo tão real quanto o fantasma
do pai de Hamlet a proferir as tristes novas
e toda Corte mergulhada em brumas
tornava-se mais nítida realidade

meu pai antes estava em delírios
nos últimos dias de sua última internação
e nos delírios ele sempre pronunciava
dois nomes dos quais
nenhum deles eu lembro mais...

porém, depois de sua partida
falei para alguém um dos nomes
de que ainda eu me lembrava
e este alguém me disse
que esse nome se tratava
do nome de um anjo...

quero somente o silêncio agora

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12 de março de 2017
às vezes eu não tenho o menor silêncio
interior

todo meu silêncio é às vezes um maldito Carnaval

e meus pensamentos brincam e cantam e se divertem
jogam serpentinas pelas ruas sinuosas da minha mente
e seguem em blocos por sobre
os pavimentos densos de minha alma
pisoteando uma substância que dói
mas nem se sabe disso por não ser
viva tão viva para falar
dura-máter que apenas sente...

e amanhã os foliões refarão os mesmos percursos


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Rio, 19 de fevereiro de 2017