às vezes eu não tenho o menor silêncio
interior
todo meu silêncio é às vezes um maldito Carnaval
e meus pensamentos brincam e cantam e se divertem
jogam serpentinas pelas ruas sinuosas da minha mente
e seguem em blocos por sobre
os pavimentos densos de minha alma
pisoteando uma substância que dói
mas nem se sabe disso por não ser
viva tão viva para falar
dura-máter que apenas sente...
e amanhã os foliões refarão os mesmos percursos
.
Rio, 19 de fevereiro de 2017