Ouvir da pedra o seu silêncio. Contemplar. Aprender da pedra o quanto pedra somos. Porém: o quanto água pensamos, por imagens e palavras fluidas. Portanto, permitir sempre que se desfaça a estrutura rígida de nós mesmos.
as pedraS . . .
O homem não pode igualar-se a Deus
E dominar seu próprio mundo
Embora possua o homem em parte
A mesma matéria de Deus no espírito
Centelha divina que o homem ignora
Seu tanto de Deus que a tudo dispensa
Mas que sempre ignorado
Leva o homem a querer elevar-se
Quando elevado ele já o é por natureza
Porém se desconhece
E sua mente cega tece
Desejos e planos de grandeza
* * *
Sejamos sem ambições como ervas no campo
Que apenas existem e nisso já há tanto
Sejamos apenas e sendo somente estejamos
E nos saibamos completos e plenos
Tal como ervas no campo
Vibrando certas no certo de sua existência
(23 de fevereiro de 2018)
ESCRITA
(a)
a faca lamenta da pena
o bico cheio de grãos
o sumo que vai
correr no sulco do que
antes era a planície
a plana meninice
do espaço lactante
a pena ao pino
fecunda,
façanha de faca,
pingo, pedra, lenha, gota
negra da proteína de tudo
inunda um mundo diminuto de um universo de possibilidades
canta em cântaros o ponto
na expansão esférica do que pode
expandir
extravagante via-láctea
(b)
o vento grava no horizonte
seu testemunho de geografia,
toda paisagem é fotografia
da paisagem escrita na gente
( )
recolhido à telha
do talhe o vento
dorme a gato
cuneiforme e reticente
e acorda pro entalhe
do que no sonho era novelo
e vai de novo
a zelo
a zero
cada ser uma palavra
no discurso infinito do tempo
IN: 32 POEMAS PARA CADA COISA. Ed. Confraria do vento.
(a)
a faca lamenta da pena
o bico cheio de grãos
o sumo que vai
correr no sulco do que
antes era a planície
a plana meninice
do espaço lactante
a pena ao pino
fecunda,
façanha de faca,
pingo, pedra, lenha, gota
negra da proteína de tudo
inunda um mundo diminuto de um universo de possibilidades
canta em cântaros o ponto
na expansão esférica do que pode
expandir
extravagante via-láctea
(b)
o vento grava no horizonte
seu testemunho de geografia,
toda paisagem é fotografia
da paisagem escrita na gente
( )
recolhido à telha
do talhe o vento
dorme a gato
cuneiforme e reticente
e acorda pro entalhe
do que no sonho era novelo
e vai de novo
a zelo
a zero
cada ser uma palavra
no discurso infinito do tempo
IN: 32 POEMAS PARA CADA COISA. Ed. Confraria do vento.
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