Há a lembrança de um sonho, agora
Uma lembrança enevoada, no entanto
Como restasse apenas a aura dessa lembrança
E as imagens todas esfumaçadas embora nítidas
E embora nítidas, distantes
E assim distantes, míopes
Embora míopes não sejam meus olhos
Porém, entre o mundo físico ilusório
E o mundo oculto dentro, real
Real no tanto de imaterial que seja,
Entre esses dois mundos
Uma distância absurda
Um hiato infinito como o de um átomo
Na palma da mão
Entre esses dois mundos neste lapso
Imensurável e inconcebível lapso
A Poesia
E esse rastro no infinito
Mas, quanto à lembrança daquele sonho...
Deixá-la névoa
( 16 de setembro de 2017)