Pelas ladeiras do Pelô
Perambulam todas as cores
Peles e pandeiros
Pessoas e tambores
Pelorinho não mais existe
Passado pelo tempo desgastado
Porém o calçamento resiste
Pneus agora terminam de polir
Pedras que testemunharam pretos
Pagando por erros alheios
Prostrados no vigor da raça
Pedintes se misturam à multidão
Povo que suporta o legado
Personagens atuais do passado triste
Prole de quem sobreviveu à escravidão
Prisoneiros de um Brasil manchado
Proscritos no país das migalhas
Pretos
pobres
Pedras
Pisadas por tênis e sandálias
IN: 32 POEMAS PARA CADA COISA. Ed. Confraria do vento.